“Realizamos a viagem de Bogotá a Medellín sem qualquer problema. Íamos conversando animadamente. Gardel, como de costume, falava de seus planos, de que desejava chegar rapidamente a Havana e todos, não sei por quê, parecíamos ter muito entusiasmo para chegar a capital de Cuba, onde terminaria a turnê. Tenho uma vaga lembrança de que Gardel mencionou alguma coisa sobre seus planos de uma casa em Carrasco, nos arredores de La Rosa, em Montevidéu, pois pensava em construir uma casa para viver com sua mãe. A casa teria 12 salas e 6 banheiros. Não houve nenhum pressentimento, nada que pudesse indicar a horrível desgraça que se aproximava. Não fazia muito vento e o avião voava bem e chegamos a Medellín sem qualquer dificuldade.”
Foto atual da pista
Chegaram próximo ao meio dia, o avião aterrizou sem qualquer problema . Fazia um dia agradável. Não havia ninguém no aeroporto. Ao longe se vê parado um outro trimotor, em torno do qual se percebe alguma atividade, é o “Manzinales”, da SCADTA (Sociedade Colombo-Alemana de Transportes Aereos), que brevemente partiria para Bogotá.Descem do avião os treze homens e dirigem-se a um escritório da SACO (Serviços Aéreos da Colômbia), para descansarem, enquanto reabastecem de gasolina o trimotor F-31 que os trouxera.
Ali estão alguns oficiais da empresa que lhes servem sanduíches de presunto e queijo, alface, tomate e café.
Gardel, trajava um terno marrom e um chapéu castanho, um pouco ladeado como de costume. Conversava com Swartz e alguns oficiais. Fez a sua ultima refeição: comeu dois sanduíches e tomou uma xícara de café com leite.
Gardel e membros da sua comitiva no avião
Passaram-se uns vinte minutos, quando, já prontos, voltaram a subir no avião já reabastecido, os seus 13 passageiros, que mal poderiam imaginar, que estavam há apenas alguns minutos da morte.Logo após os procedimentos normais o Trimotor F-31 levanta voo com destino a Calí.
Avião levantando o voo
Formatação e pesquisa: Helio Rubiales
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