Local dos passageiros nos aviões
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Um sobrevivente , ainda em tratamento, depois de cinco anos após ter ocorrido o acidente, (esse relato foi feito em 1940), disse o seguinte:
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Um sobrevivente , ainda em tratamento, depois de cinco anos após ter ocorrido o acidente, (esse relato foi feito em 1940), disse o seguinte:
“A ultima pessoa que nos despedimos foi o agente do teatro de Medellín e nos acomodamos em nossos assentos . O piloto era Ernesto Samper Mendoza, considerado o Lindbergh da Colômbia, portanto, tínhamos muita confiança nele. Íamos sentados um de cada lado do avião, formando dessa forma uma fileira de cada lado, separados pelo corredor; apesar de não lembrar-me com fidelidade, na seguinte ordem: Gardel e Swartz, Lê Pêra e Azaf, Castillo e Riverol, Barbieri e Aguilar, Corpas Moreno e Plaja, e Flynn, um empregado da Saco.”
“Uns iam com o cinto de segurança, e outros não. Estou quase certo de que Gardel, que ia nos primeiros assentos, estava com o cinto de segurança em volta da cintura. Eu não, sem que possa explicar o porquê. O avião levantou vôo pesadamente e sentimos que já no ar, voltava a descer sobre a roda direita e logo subia de novo, parecendo que já estava estável.
Eu ia conversando com Corpas Moreno, de repente sentimos um choque violento seguido de uma explosão. Fomos expelidos dos assentos que se desprenderam, e eu cai no piso do avião, rodeado pelas chamas. Tratei de reanimar-me, apesar do calor sufocante e a forte dor que sentia pelo fogo que me envolvia..Ouvia indistintamente, entre o barulho das chamas, terríveis gritos e lamentos angustiosos. Não via mais que uma faixa vermelha na minha frente e instintivamente me dirigi na direção do toalete, porém, tropecei e cai. Minhas forças se esgotavam, me doíam terrivelmente as mãos, e no meio da confusão, via de um modo impreciso, massas de carnes queimando-se e me saiam alguns dedos pela munheca e pela palma da mão. Por uma fração de segundos pensei em entregar-me ao destino, não resistir mais, e que a morte me levasse o mais rápido possível. Provavelmente a forte dor, me fez recobrar o animo e levantando-me, corri na direção onde via um pouco de claridade. Era a porta do avião que se havia rompido, sai então para fora do avião. Agitava os braços na tentativa de apagar as chamas do meu corpo. Turvamente vi que corriam também, tomados pelo fogo, Aguilar, Azaff e Riverol, dando gritos desoladores. Nos encontrávamos, nos separávamos, não sabíamos o que fazer. Aguilar pedia aos gritos que lhe tirassem a roupa. Alguém me jogou em cima um pano e cai desmaiado. Quando voltei a mim, já estava num carro a caminho do hospital, onde um padre me deu a extrema unção. Depois de várias semanas entre a vida e a morte não soube de mais nada. Só depois fiquei sabendo que Azaff e Riverol haviam falecido.
Foto: centralradio.com.arFormatação e pesquisa: Helio Rubiales
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